LATIFÚNDIO II
27.02.2006.Eu não perdi nada
Continuo pensando
Vou continuar livre
Livre naquilo que não perdi e
Me perco
Nessa minha paz
Isso está me matando
Tudo já foi documentado, desenhado, musicado
São as letras que me cabem
Tudo está meio confuso
Meus felinos que se agarram
Esse cigarro que evapora
Essa salvação em que me perco
Nessa loucura em que me assomo
Continuo, porém pensando
No nada
No tudo
Onde Marcelo Braga é apenas um nome
Que se assina e nada se perdeu
Palavras, reunião de letras e
Isso não está bem
Se escreve melhor que isso
Se dorme melhores sonos que esses
Existem lágrimas melhores que as de Nietzsche
Mas continuo vivo e
Nada disso está muito bom
Não sei quase nada do papel
Só sei agora de computador
Dito meus textos com puta dor
Minhas arcaicas sobrelinhas
Letras arrogantes e fortuitas
Amanhã é outro dia e
Nada se fará
Nesse cosmo além
Daquilo que sempre se fez
(tentando melhorar o “perfeito”)