RASGA MORTALHA
Na luz do fim dia
vejo o voou da ave sangria,
que arremata o céu em noite fria
rasgando a mortalha um som que arrepia.
temendo a profundeza do corte
que narra a natureza da morte,
caido o corpo depois do sopro forte
voa a ave em direção do vento norte.
onde esconde o ninho seu filhote,
a sina curiosa temente do dote
onde prédios e casas lhe dão um lote
voraz sonar que emite medo em tom de morte.
enquanto a fumaça paira sobre o poste
a névoa densa esconde a sorte,
rasgando a fina seda sobre a testa
presságio fúnebre redenta o que te resta
no qual o ultimo suspiro sobre tua destra
ou ultimo passo fixo sobre a terra.