SECA E FOME

A mente fecha-se as idéias

e mergulha no oceano abisal de escura ignorância

a luz falha aos olhos cegos de jerico

e castra a mente com pecado original

mar de nós que ata cabeça

entrelaça a alma e decapita a mesma

cabeça indigente que roga ao dicionário

o mesmo canto do canário

e repudia a poesia métrica que alumia

as aguas escuras desse dia

que nao clareia a terra fria

solitário na vastidão do Cyber-espaço

pisando incauto passo a passo

algo novo pra dissolver

sedento a pena do saber

mas nao bebo mas da fonte

na qual secou as veredas daquele monte

onde esta agora a clara idéia que me alumia?

morto de fome como bóia-fria

que espana corta cana noite e dia

sem saber da agonia

de ver seus filhos naquele arado

seco, quente e mortandade

aonde pisa o gado morre fora de idade

sedento, a seca é o carrasco

a seca de pensamentos, idéias e comentários

sou eu mais um esfomeado.

Cristiano Leandro
Enviado por Cristiano Leandro em 03/01/2011
Código do texto: T2707666
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