Outro caso de amor platônico
Quatro olhos, dois em cada canto.
Duas línguas cortando fusos e sândalos,
Como se uma boca, fosse esse lado....
E a outra, outro oceano!
Quatro mãos passeando,
Abrindo em ausências , tantos tatos,
Dedos tão distantes
Alcançando orgasmos tão abstratos...
As palavras escapando pelos poros
Tipo doido de taquicardia!
Troncos metidos no tempo
Compelidos pela mesma sentença.
E a deliciosa disfunção do arrepio
Operando o milagre
De encantar mais que a própria presença!