Despojado, hoje.
O céu, hoje, está desguarnecido,
e o mar está brando.
Convém, às vezes, a um ser,
a um poeta,
o vazio do céu,
a brandura do mar...
Hoje as folhas secas das árvores,
neste Outono,
têm um tom amarelado lindo,
parecem ouro cintilante...
É bom, às vezes, para um ser,
para um poeta,
as folhas secas, belas,
o ouro brilhar...
Hoje o poeta não fala,
pensa leve.
Senta-se num vazio ternurento,
cala a inquietação,
desdenha as tristezas,
ouve o som oco das palavras...
Vive um dia de liberdade!