ATERROS

Incômodos postais

Desce o sol contente

Sobre os medos ou desejos irreais

Retira-me, da pedreira a pedra

Que arde sob um céu mordente

Pedra furada que se parte em brasa

Concreta, fere e disfarça

Veste esse colo ardente

Serve em prato raso, minha fome

Solve a boca, quem te consome

E não me cospe como aguardente

Arames secam o mato e a fome

A prata, a pedra do descanso

Enchem os olhos d’água, das moças e dos mansos

O riacho do rio... que sequer vê a ponte

Misteriosos aterros, idas e vindas

Os bois, um trem, a bica d’água... boiadeiros.

Aterros

erhi Araújo
Enviado por erhi Araújo em 17/10/2010
Reeditado em 18/10/2010
Código do texto: T2561808
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