CRUNHA

Andei quase toda a manhã pelas ruas da Crunha, cidade, dizem, em que ninguém é estranho. E de quase nada me estranhei: Quase tudo me era familiar. Mesmo o sol, que me lançava acenos de carinho, como beijos de ledice. O motorista (cá lhe dizemos condutor, porque conduz) do autocarro conduzia e falava precioso português da Galiza. Imaginei com certeza que a Crunha está envolvida na Terra Mãe, embora à beira do mar...

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Essa era prosa. Agora vai em verso:

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Andei quase toda a manhã

pelas ruas da Crunha, cidade,

dizem, em que ninguém é estranho.

E de quase nada me estranhei: Quase

tudo me era familiar. Mesmo o sol,

que me lançava acenos de carinho,

como beijos de ledice.

O motorista (cá lhe dizemos condutor,

porque conduz) do autocarro

conduzia e falava precioso

português da Galiza. Imaginei

a certeza de a Crunha se envolver

na Terra Mãe, embora à beira do mar...