O que fazer?
O que é mesmo isso que parte o ser vez por outra?
Seu caminho em anseio indevido?
Ou sua preocupação sem leis...
Seu corpo despedaçado em mente absorta
Sua presunção no chão descalça em cacos de vidro
Ou sua roupa adiposa sem tez?
Engano quem senão eu mesmo com discursos
E se não tem nada mais que o rio onde entro?
Com este muito é ruim estar seguro...
Mergulhado em giz, desenhos murchos
Um cordado infeliz é o que apresento
Que atentado fez seu próprio muro.
O que faço? Destruo a pedra e me lanço?
Arrebento o lacre da incerteza?
Mas, qual havia em mim antes?
Se arrisco e caio ou balanço
Não descubro se uso da avareza
Para definir o sol dos meus instantes.
Assim, nem dia, nem hora, nem semana existe!
Pois, a menor partícula foi sempre a mais aguda
Frágil em noção como um segundo.
Sem calor, turva e indiscreta persiste
No gênero humano a chama, rompendo tudo e tuda
E reclamando sempre um vão profundo.