O infante
Pálpebras dormentes, lentes que flutuam no sono
Rentes ao sortilégio onde caio
Noite atraente que falha as frestas de um abismo
E que a mim só faz sentido de soslaio
A espuma a qual me deito não acolhe nem as plumas
Daquele pássaro abatido... Devia eu ter rendido forças
Indiretas lacrimais ao invés de por deleite ter elas contido
Na mesma lama em que mergulham aflitos
Seres fracos com efêmeros princípios
Já nadei, perdendo ar de tanto esgoto e,
Agora sei que mesmo sem entender
Que ser garoto fácil é querer dormir contente
Livre de anedotas subconscientes
A fio dominantes...
Retiro das centelhas do medo
Equívocos permanentes d’antes
Na intenção de sentimentalmente ser sadio
Trabalhar comigo... acalentar o amor e tê-lo como abrigo.