VIDA, ACIDEZ CORROSIVA

No Corrosivo ácido da vida

Minha alma se corrói e desmancha

Se dilui em fluídos alquímicos

Transmutados em eternidade

Que a própria vida eterna não alcança

Na densa noite a morte espreita

E alerta os corações desalmados

Inflamados de mentiras, descrença

Em breu a alma se pinta

De enxofre a alma se alimenta

Lamenta sangrenta batalha

De sentimentos controversos de versos vãos

Vida, acidez corrosiva

Destrói a concretude de quem diz que é

Mostra tua cruel realidade a quem ainda quer ser

Desmascara a face oculta da ironia

Espezinha o sol, esconde o dia

Não deixe que ele venha pois a alma não merece

Não merece perdão.

O corpo padece

A alma se solta e tenta livre continuar

Mas o peso do pecado a prende ao chão

O peso das ações insanas de uma mente louca

Cruel, desalmada...nunca amada

Ceifa vidas...ceifa anjos...crueldade

Deixa meu coração gritar a revolta que sente

Em palavras desconexas que nem eu mesmo entendo

A dor na alma é tão grande que não quero entender

Pra também não enlouquecer

Quero crer...ainda quero sentir que há esperança

Por favor me dê esperança...me mostre onde encontrá-la

Pois meu coração descrente, quer se fechar em circulo

Não permitindo nenhuma abertura

Pra que nenhum outro sentimento entre

Neste meu momento de desilusão

Mas de uma lucidez tão visível que chega a doer

Não quero compreender. pelo contrário

Desejaria neste momento ser um ser sem inteligência

Sem sentimento pra não sofrer a dor que minha alma sente

Desejaria não entender

Desejaria não ter alma

Desejaria não desejar

Não ter nada...

Vitória/ES - Em 16/04/08

Poema repostado

Helena Serena
Enviado por Helena Serena em 12/03/2010
Reeditado em 01/04/2010
Código do texto: T2134766