Acaso Por Acaso
Por acaso na rua,
Enquanto um casal discutia,
O sol por detrás do concreto nascia;
Por acaso no asfalto,
Enquanto uma flor se abria,
Um mendigo de seus jornais de descobria;
Por acaso a boca do louco sabia
Coisas que louco comum nenhum saberia;
Por acaso o tempo passa,
Por acaso a gente nasce
Tanto quanto a gente morre;
Por acaso em cada olhar de descaso,
Vejo o mesmo desejo
Que todos têm por um beijo
E por acaso assim
Esse poema
Chega ao seu fim.