Paródias by Shu : Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
(Fernando Pessoa)
A paródia:
Ó, rio Tietê, quanto de tua degradação ambiental
Não é fruto do meu desleixo total?
Por não te cuidarmos , quantas gerações te ignoraram
Quantos barcos- de passeio- não te navegaram?
Quantas crianças ficaram a sonhar
Para que fosses nossa latrina , ó fétido “mar”?
Valeu a pena? Não! É de dar pena
Como a consciência do homem pode ser pequena.
(Maria Fernandes Shu)
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A paródia é a recriação de um texto, geralmente célebre, conhecido, uma reescritura de caráter contestador, irônico, zombeteiro, crítico, satírico, humorístico, jocoso.Constrói, assim, um percurso de desvio em relação ao texto parodiado, numa espécie de insubordinação crítica, cômica.