Metrópole Partida

cão errante

de rua vadia

não lembra a matilha

ou a herança de lobo

que caça em tribo

e corre a estepe

o amante,

de noite me amava

em estepes ardentes

e beijos tribais

de dia pensava,

e os sonhos perdia

o que é do vadio

frouxo e sem liga?

cego à matilha?

o que é da quebra

entre a noite de juras

e o dia cruel?

o amante, larguei!

janelas de vidro

fachada-falésia

de arranha-céu

reflete mil sóis

em meio a lençóis

(brilhantes fazendas

de linho e rio

de areia e seixo

e praia sedosa)

nasço e me ponho

em sol faraó

Cachorro de vidro

sozinho ou em bando

sem liga e linhagem,

nem mais lata vira