OS REIS E OS PROFETAS CAP SETE
OS REIS E OS PROFETAS
CAPÍTULO SETE – 27 JUL 21
A Filisteia de Sarepta creu em Jeovah
E de Elias reconheceu a santidade,
Mas a palavra lhe retornou ao terceiro ano:
Vai a Ahab e diz que a chuva lhe darei!
Extrema a fome em Samaria, não em Judá:
Obadias, mordomo do rei, era homem sem maldade
E quando Jezebel, em ato desumano,
Obteve para si a ordem do rei
Para matar todos os sacerdotes de Jehovah,
Secretamente, esse mesmo Obadias,
Aproveitando sua elevada posição,
Um a um foi sacerdotes ocultando,
Cinquenta deles em caverna que achará
Em suas terras; e durante as noites frias
Lhes trazia água pura e também sacos de pão,
Todos cinquenta ali vivos conservando.
Mas logo sua caverna ficou cheia
E Obadias descobriu outra caserna,
Um a um a reunir mais uns cinquenta,
Cem sacerdotes a salvar da morte;
De novo à noite, porque disso se arreceia,
Em pequenos grupos, até a fronteira externa,
De Judah todos os cem leva e assenta,
Pondo em risco com isso a própria sorte.
Ocorreu que Ahab disse então a Obadias:
“Percorre a terra e verifica as fontes,
Vai procurar nos vales mais profundos,
Para ver se alguma erva se conserva,
Que aos cavalos e ao gado então trarias;
E Obadias aproveitou tais horizontes,
A contrariar os desejos iracundos
De Jezebel, dos Baalins a serva!...
Depois disso, determinou também Ahab,
Talvez por uma certa desconfiança:
“Vamos a terra inteira dividir;
Vou procurar do lado da fronteira,
Antes que a palha inteira nos acabe;
Examna o outro lado sem desesperança,
Até a Filistia irás te dirigir:
Levo comigo uma tropa bem guerreira...”
Pretendia Ahab invadir mesmo Judá,
Onde a seca fora menos violenta,
Para dali trazer cargas de capim.
Obadias foi sozinho no caminho que escolheu,
E quando a estrada de Sidon percorre já,
Eis que perante o mordomo se apresenta
Elias profeta! Lançou-se à terra assim,
Quando a inusitada visão reconheceu!
CAPÍTULO OITO – 28 JUL 21
Ele indagou: “És meu senhor Elias
Ou só um anjo que aqui o representa?”
“Sou eu, Elias. Vai agora a teu senhor
E dá-lhe notícia de que Elias retornou.
Nesse momento temeu muito Obadias:
“Em que pequei, senhor, que assim se atenta
Contra minha vida? Ahab vingador
Por toda parte te procurar mandou!...”
“E onde chegavam os seus emissários,
Faziam o povo e o governo do lugar
Jurar que Elias não se achava ali;
Até mesmo se atreveu contra Judá!
Invadiu vizinhos templos e sacrários!
Se teu retorno eu hoje declarar
E o rei depois não achar-te por aqui,
Mui certamente ele me matará!...”
“Nunca disseram a meu senhor Elias
Que a Jehovah demonstrei fidelidade,
Desde esse dia de meu nascimento?
Ou como eu salvei cem sacerdotes
Em duas cavernas? Decerto não sabias,
Mas com perigo e assaz dificuldade,
Eu os levei, pouco a pouco, a salvamento:
De Jezebel os protegi dos botes!”
“E agora me dizes: Vai ao teu senhor,
Para avisá-lo de que Elias retornou...?
Sem qualquer dúvida, logo me prenderá
E a seguir, caso te busque em vão,
Talvez me entregue a seu torturador,
Achando que teu servo o enganou!..
Se eu tiver sorte, tão só me matará,
Por nosso Deus, não me dês essa missão!”
Elias disse: “Tão certo como vive Deus Senhor,
Hoje mesmo eu irei me apresentar;
De forma alguma Ahab rei te ferirá.”
Foi Obadias a prostrar-se ante seu rei
E lhe pediu: “Não retires teu favor
De teu servo pelo que agora vou falar...”
“Se for de bem, nenhum mal se te fará.”
“A Elias, senhor meu rei, eu contemplei!”
“Como assim? Queres troçar de mim?”
“Não, meu senhor. Eu trago sua mensagem,
Que hoje mesmo perante o rei ele virá.
Eu a escutei com meus próprios ouvidos.”
“Para teu bem, espero que seja assim,
Caso contrário, terás de ter coragem,
Pois meu carrasco te torturará
E tuas orelhas perderão os seus sentidos!”