O silêncio do tempo que não se esvai

Dedico:

Àquele que jamais soube que era o destinatário dos meus silêncios mais profundos.

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O corpo que carrego já não me habita,

vaga lembrança de um calor ausente.

A alma, silente, a própria dor recita,

num canto antigo, imóvel e pungente.

As ruínas sussurram meu verdadeiro nome,

não sou aquela que sonhava o futuro.

Sou a que restou quando a esperança some,

rosto de névoa, olhar soturno e obscuro.

Já não cultivo esperanças nem segundos,

sou templo em ruínas, altar esquecido,

verso enterrado nos vãos mais infecundos.

Se resta algo de mim, que seja perdido:

sombra que dança sem lume ou sentido,

memória que sangra, silêncio vencido.

Lírico por: Polímnia S.

("E tudo perdeu, quem não sabe morrer de amor.")

Polímnia Saturni
Enviado por Polímnia Saturni em 09/04/2025
Código do texto: T8305839
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