CHAMAS DA MEIA-NOITE: MAÇÃ SAGRADA
POEMA 4
Enquanto estava-me mirando as árvores, em meio a luz,
Do qual desesperadamente apagou-se ao anoitecer,
E já passava das três horas da madrugada deserta,
Um lobo sentara ao meu lado com seus caninos.
Virei para o castelo, como ele também,
E decidir que deixar-te ir embora, é,
O remédio para a minha redenção,
Uma vez que não sou perfeito e digno,
De ter-te como inspiração absoluta,
E inexplicável de qualquer autor,
Ou uma obra medíocre que eu tenha ortografado.
Nisso, com a capa escarlate de quem se autocondena,
Subi as paredes, onde meu cômodo ficava, e,
De forma inusitada. Rastejando-me até adentrar,
Pela janela aberta, enquanto a neblina envolvia-me,
Fazendo-me sumir por completo na imensidão.
-Haverá sempre alguém melhor do que eu para ela!
Disse a mim mesmo ao ver o local vazio a aguardar-me.
Não obstante, agora, ela estava em seus aposentos!
Suas vestes eram alabastro, e como, ah, sentir,
De certa forma, sua delicada jugular, onde pude ouvir,
Do seu leito, ainda que estivesse adormecida, o vai,
E vem do original sanguíneo virgem. A venustidade,
Incontrolável de uma mulher que se perdera comigo.
Seus cabelos loiros e por certo compridos, mexiam-se,
Com o vento, que passava por sua enorme ventana descerrada,
Como se clamasse por meus devaneios insanos.
Quis ir até lá, entretanto, afastei-me de imediato,
Antes que o amanhecer pudesse responder-me algo.
Mas a maçã sagrada, abriu as suas pálpebras,
Vendo o demônio que sou e que não posso me livrar.
A longa distância, quem o diga, telepaticamente, indagou-me:
- Há tempo mais seguro que trouxe-me aqui? Venha, pois eu não,
Não reconheço-te, nem tua face ante a iluminação, que não deixas refletir.
Poema n.3.153/ n.24 de 2025.