Eterno nublado

Há dias que se alongam num eterno nublado,

como se a indefinição da chuva

se repetisse em longos ecos

de uma tempestade que não desaba.

Desamparado, busco acolhimento,

mas não encontro abrigo.

Os bares que antes aqueciam meu peito parecem agora paisagens áridas; inóspitas.

Os amigos parecem sombras distantes

Rostos pouco amigáveis

Já não creio em suas palavras,

Já não os sinto como amigos

Olho para o céu, buscando por auxílio

Sinto a tempestade tomar meus olhos.

E o céu que permanece nublado, ri com sarcasmo:

Ele sabe, que dei meu guarda-chuva a outro

Gostaria de me sentir acolhido,

Protegido da chuva,

Como uma criança que ampara o choro

No colo de sua mãe

Esses ecos,

são o meu vazio.

Gian Gonzales
Enviado por Gian Gonzales em 04/11/2024
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