Eterno nublado
Há dias que se alongam num eterno nublado,
como se a indefinição da chuva
se repetisse em longos ecos
de uma tempestade que não desaba.
Desamparado, busco acolhimento,
mas não encontro abrigo.
Os bares que antes aqueciam meu peito parecem agora paisagens áridas; inóspitas.
Os amigos parecem sombras distantes
Rostos pouco amigáveis
Já não creio em suas palavras,
Já não os sinto como amigos
Olho para o céu, buscando por auxílio
Sinto a tempestade tomar meus olhos.
E o céu que permanece nublado, ri com sarcasmo:
Ele sabe, que dei meu guarda-chuva a outro
Gostaria de me sentir acolhido,
Protegido da chuva,
Como uma criança que ampara o choro
No colo de sua mãe
Esses ecos,
são o meu vazio.