Versos do meu refúgio
Minha caneta desliza e se lança,
Enquanto o mundo ao redor descansa.
Aqui, no refúgio onde me encontro,
Pelas palavras, em mim eu me apronto.
Pensamentos e emoções flutuam,
Na folha em branco suavemente atuam.
Melancolia em voltas e traços,
Traduzindo a dor em doces passos.
Dedos dançam, mente vagando,
Entre curvas e atalhos, me acalmando.
Preocupações aos poucos desfazem,
No mundo interno onde paz me trazem.
O presente então desaparece,
E só minha imaginação floresce.
Nas sombras da mente a luz reflete,
Em versos que a alma revela e repete.
Linha por linha, cenas se criam,
Histórias de dores que se aninham.
Uma jornada no sentir perdido,
Onde o pesar encontra abrigo.
Escrevendo, meu peito se alivia,
E a tristeza em paz se alinha.
Teço contos, percepção se afina,
Percorro a terra que em mim germina.
Cada dia volto ao caderno,
Onde o pulsar da tinta é eterno.
Busco em páginas consolo e alívio,
Em rimas, desvelo o meu íntimo arquivo.