Soneto de Ícaro
Eu voei pelo céu radiante
A frágil asa de cera cedeu
Pude sonhar por aquele instante
Do calor do sol à sombra e breu
Você não sabe o que precede a queda
Não se perdeu por entre a imensidão
A teia sombria que nos enreda
Frequente batalha em manter-se são
Ao olhar para a amplitude abismal
Transformei-me na própria profundeza
E sou agora criatura abissal
Mesmo no escuro vejo com clareza
Mas seu mundo é muito colorido
Falsa palheta, lhe cega o sentido