Sonura Aos Mortos 

 

Memórias d'estas mil alcovas lôbregas, 

Perlustro os epitáfios, os semblantes, 

Há brandos anjos, murchas rosas sôfregas, 

À morte: Os meus silêncios lacrimantes…

 

Epígrafes datadas de saudades… 

Soturno violino à sete palmos… 

Pretérito e futuro, ambiguidades… 

Um último versar dos raros salmos…

 

Mil sonhos cujo rastro se prostrou… 

O Efêmero é, da vida, a cortesia 

Que dá sabor ao doce que amargou

 

Lembrando-nos que houvera poesia, 

E mais um mausoléu longínquo conta: 

"No fim aquele alvor sempre desponta", 

Mas nunca há de brindar-nos c'o ambrosia…

 

Sonura escrita por Sara Melissa de Azevedo em 6 de setembro de 2024

 

✦ Poesia registrada na Câmara Brasileira do Livro

Sara Melissa de Azevedo
Enviado por Sara Melissa de Azevedo em 15/10/2024
Reeditado em 15/10/2024
Código do texto: T8173920
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