Ode ao Caos Colérico

Nas sombras onde o tempo se desfaz,

Nas fissuras onde a ordem já não jaz,

Ergue-se o Caos, ancestral e frio,

Desfazendo o véu, rasgando o vazio.

O cosmos, frágil, tenta resistir,

Mas o abismo avança, pronto a engolir,

As estrelas tremem, fogem da luz,

No vórtice negro, onde tudo seduz.

Oh, Caos, furioso e imortal,

O que é forma diante do teu mal?

Tu, que precedes a criação,

És o fim de toda ilusão.

No rugir das eras, teu nome é soprado,

Na loucura do vento, no eco calado,

E os fortes te seguem, ansiando o fim,

Pois no caos colérico, a verdade é enfim.

A ti, Caos, rendemos a alma e o ser,

Pois no teu ventre, voltamos a nascer.

Tudo e nada, um só serão,

Na escuridão de tua destruição.

Salve o Caos, onde o destino desfalece,

Onde a chama negra renasce e estremece,

No abraço colérico, somos pó e glória,

O começo e o fim, em eterna história.

Poesia sombria - por L. Mandrake

L Mandrake
Enviado por L Mandrake em 12/10/2024
Código do texto: T8171687
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