Ode ao Caos Colérico
Nas sombras onde o tempo se desfaz,
Nas fissuras onde a ordem já não jaz,
Ergue-se o Caos, ancestral e frio,
Desfazendo o véu, rasgando o vazio.
O cosmos, frágil, tenta resistir,
Mas o abismo avança, pronto a engolir,
As estrelas tremem, fogem da luz,
No vórtice negro, onde tudo seduz.
Oh, Caos, furioso e imortal,
O que é forma diante do teu mal?
Tu, que precedes a criação,
És o fim de toda ilusão.
No rugir das eras, teu nome é soprado,
Na loucura do vento, no eco calado,
E os fortes te seguem, ansiando o fim,
Pois no caos colérico, a verdade é enfim.
A ti, Caos, rendemos a alma e o ser,
Pois no teu ventre, voltamos a nascer.
Tudo e nada, um só serão,
Na escuridão de tua destruição.
Salve o Caos, onde o destino desfalece,
Onde a chama negra renasce e estremece,
No abraço colérico, somos pó e glória,
O começo e o fim, em eterna história.
Poesia sombria - por L. Mandrake