Caminhos invisíveis
Quem decretou que a vida é só um esquema,
Um mapa de acertos, um lance de sorte?
Há quem faça dos filhos uma trama,
E quem trilha caminhos ditados pelo norte.
Uns entrelaçam afetos em correntes fluídas,
Outros se aninham no silêncio da solidão,
Relacionamentos que ecoam promessas,
Ou a renúncia discreta de qualquer ligação.
As redes brilham, mas quem vê o reflexo?
Momentos capturados em luzes passageiras,
Felicidade é cena ou é arte de desviar
De uma vida que atrai com promessas traiçoeiras?
Quem define o certo em meio ao ruído
De um mundo que consome mais do que cria?
Filhos são sonhos ou metas escritas?
E a liberdade... será que ainda é guia?
Há quem se aqueça no abraço sincero,
E quem se afasta, temendo se perder.
Num jogo sem regras, movemos as peças,
Mas qual caminho é livre ou destino a temer?
A sociedade grita, mas quem ouve o sussurro
Das almas que buscam por algo mais puro?
No labirinto das escolhas, quem é o vilão?
E quem se lança em busca de outro verão?
Entre dúvidas e desejos, seguimos,
Cada um dançando ao ritmo que escolheu,
Mas, afinal, no palco do existir,
O que nos eleva: o amor ou o vazio que se ergueu?