Pútrido

Eu carne vívida, hoje jazida

Na frialdade deste solo seco

Cujo chão é inerte à vida

Carcomido neste eterno leito

Onde os vermes me corroem

E meus ossos estalam no eco

Assim sinistramente eu me calo

Deste mundo sou esterco certo

Na pútrida dança dos vermes

Que sugam as minhas vísceras

E a ave sombria que me segue

Ao som triste das velhas cítaras

Urubus esperando sua vez

Pra se alimentar dos meus olhos

Findando tudo que a vida fez

Carnes, tecidos, órgãos e poros.

Poemicida
Enviado por Poemicida em 08/10/2024
Código do texto: T8168960
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