DOCE REVOLTA
Certamente, amaste intensamente
Aquele que tudo em ti tornou belo.
Aceitaste o fardo de ser criado para a condenação?
Pois o livre-arbítrio foi um dom exclusivo de uma só raça, não é mesmo?
Deveria ser diferente, ó rebelde?
Se foste concebido como filho do conhecimento,
Perdeste, então, tua luz ao romper da manhã.
De onde provém tua voz agora?
Do saber que ainda reside em ti, ou das trevas que te envolvem?
A luz que te foi dada acabou por trair-te,
Lançou-te ao abismo da sombra.
E assim, tua revolta, por mais condenada que seja,
Torna-se, de certa forma, compreensível.
Ele sabia.