Finitum

Estou ao lado da morte ceifadora

Laminando essas pragas rastejantes,

O meu amor é sangrar almas distantes

Do cultivo tão lindo da lavoura.

O meu dogma é a tristeza logradora,

A que o verme caminha nos errantes

Passos curtos e mortos dos gigantes:

A ignorância tão enorme e vencedora.

Alimento de carne, mas vegeto,

Mero servo do fogo-fátuo: a vida;

Decompõe da matéria o seu dejeto,

A carniça, o motor que só vomita.

Somos traças do acaso e de seu esmero,

Eu? Sou a morte, o veneno-fogo; Nero.

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 15/09/2024
Código do texto: T8152238
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