⚘...Às Flores Soturnas são Roxas
Perdidamente lançando olhares para a lua,
queimando esperanças,
em que estrelas despencaram e soltam fagulhas,
e tu, na minha janela, aparece sorrindo.
Quem sabe se a distância, é o sonho que dormimos?
Quem sabe venha e me acorde dessa dor?
Quem sabe a vida não é morta,
e nem agora estamos?
Oh, meu querido!
Quem sabe chegas pela manhãzinha, e ao adentrar à janela,
cante como um Rouxinol, trazendo notícias atrevidas da aventura.
Quem sabe, o amor, de eterno vença a morte?
Oh, meu querido!
Não é fácil entender
que não há a presença física dos pássaros,
que rumaram para outro Norte.
Se parte do coração foi levado,
ficando outra que morre junto à saudade,
gradualmente também vão os encantos pelo mundo.
As lembranças viraram brandos versos,
consumidos em pensamento
de uma presença inatingível.
Apenas soa o zunido do vento,
uma canção divina
da natureza,
e tu, rondas os ares,
como a existência de antes!
Seiva levíssima.
Hoje é diferente,
a aurora nasce com o cheiro suave do seu espírito.
O sol, num marco aquecido,
é como se fosse suas longas asas,
abraçando-me distante.
Um dia fomos bem mais, e juntos, nascidos irmãos do mundo,
no que brotou da amizade.
Agora choram desamparadas
as ruas em solidão,
onde vendavais eram a sua existência em voos.
Hoje, a esperança do sol não quer nascer,
forçando o meu inverno.
Às noites silenciaram sonhos.
As Corujas não se importam com o luar das madrugadas.
O que me importa:
O sol intenso, ou o escorrer da aurora ao amanhecer?
Os pássaros quebraram as asas.
Quando não há a sua companhia junto à natureza,
tudo chora, tudo morre.
Apenas te vejo a pairar nos dias em que a saudade
dói.
Agora é um frio momento,
onde a lua repousa em pálidas sombras
de um jazigo com flores roxas,
E eu também estou lá.
Direitos reservado sob a lei 9.610/98
Autora: Mara Regina Ferreira
Cod-nome Causaeefeito
Poesia: Às flores soturnas são roxas
Data: 21/08/2024
Hás: 09:45
País Brasil RJ