Migração
O sol que frio banhava a cidade
Mais parecia tomado por trevas,
Pois só se via decadência em tudo
Que se assentava sob o céu choroso.
Certas pessoas sofriam em casa
E seus gemidos frágeis se perdiam,
O badalar do sino da igreja
Tanto implorava por perdão divino.
Em meio ao sofrimento que crescia,
Os abutres migravam ao banquete,
E junto a eles, nós, os homens corvos,
Sinais da morte e do mau agouro.
Olhos de vidro, manto e asas pretas,
E abaixo do chapéu, um longo bico.
Enquanto todos fugiam da peste,
Migrávamos em sua direção.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------
Olá, tudo bem?
Este é o poema que abre meu novo livro. Será postado aqui no RL nas próximas semanas, num e-book feito com muito carinho. Caso se interesse, não deixe de conferir! É uma poesia narrativa, ambientada na idade média. Tem uma pegada bem gótica. Segue a sinopse:
Na distópica e terrível Europa Medieval, uma doença cruel e misteriosa começa a se espalhar. Há muito misticismo em torno da peste e dos bizarros homens corvos, com seus tratamentos pouco piedosos... Quando a sombra da peste cobre o que um dia foi uma movimentada cidade, um grupo desses homens é chamado para lidar com a epidemia, mas as coisas não saem como planejado.