Thanatos
Letum, óh deus de penitência
Santificai-vos, tolos homens que lutam
Cujos seres que buscam a resistência
Ao seu chamado na escura noite escutam
Suas pálpebras, pelo tempo foram cegadas
E sua dor ainda prevaleceu
Em injustiças fúteis que foram indagadas
Pelas espadas, a vida se perdeu
Almas vagam ainda sem direção
Partiram cedo deste mundo, assassinadas
Ao partir-se em pedaços de um coração
Tais vidas fracas que foram assim ceifadas
As leis humanas sacrificam seus pilares
No sofrimento árduo da ilusão
Padecem santos caídos nos altares
E são milhares que morrem, sem perdão
Revogadas leis mundanas
Sacrificai-vos na maldição eterna escrita
Fatais soberbas soberanas
De uma criatura que teme o que acredita
Se sobrepõe ao poder absoluto
Liderando o próprio espírito enfraquecido
Aos cânticos malditos que escuto
Frutos de um mal que segue adormecido
Lê-se a carta nas torres da catedral
Nela presente está a sombra que se cita
E a inscrição sobreposta no umbral
É a tradução da palavra maldita
Esta palavra que desgraça o magistério
Em alcunhas venenosas de heresia
Como o fruto rebento deste império
Na gramática fúnebre da poesia
Ergue-se as mãos sobre o denso céu
Se esquece de tudo o que já foi conhecido Thanatos surge em negro véu
Cavalgando sobre o cavalo envelhecido
Lê-se o código declamado em liturgia
O nome sagrado já foi posto em ministério
É como o mal que tanto traz a fantasia
Para a alma que vaga pelo cemitério
E sonha em ser livre um dia
Pelas proféticas vozes manipuladas
Recebidas aos templos com cortesia
Na escuridão severa das madrugadas
Onde a morte, tarda e se adia
O trauma afeta fundo ao coração
E o seu corpo, ao mal foi oferecido
Thanatos reina sobre o vulcão
Sobre um trono áspero escurecido
E as escrituras das almas amaldiçoadas
Ainda estão trancadas em lugar seguro
Pelas presas cerbéreas vigiadas
No adentrar do reino mórbido obscuro
Com seu cajado, revela tamanha coragem
Uma coragem digna dos seus primores
Na cruz da lápide está escrito, fim da viagem
E como adorno há escuras flores