Trovejei

à ira dos deuses,

todos,

digno era o dia sem manhã.

 

Recitando-o

em malícia,

não é de admirar ter sido amaldiçoada

pela minha embriaguez ácida,

vez mais,

com hálito fresco do outono que a vida me deu.

 

As causas,

desconheço,

e,

pouco me importa!

Não bebo-lhe da língua cansada,

tempo,

se presente,

o sangue frio.

 

Queixava-me em pranto derretido,

de remoçar o verso

nas têmporas da palavra.

Mas agora,

em troiana caminhada

e o orbe pêndulo da vida,

ah,

tantas vezes melhorei sem saber!

 

 

 

Chingon - Malagueña Salerosa

 

 

Pense Literatura
Enviado por Pense Literatura em 30/07/2024
Reeditado em 31/07/2024
Código do texto: T8118587
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