Trovejei
à ira dos deuses,
todos,
digno era o dia sem manhã.
Recitando-o
em malícia,
não é de admirar ter sido amaldiçoada
pela minha embriaguez ácida,
vez mais,
com hálito fresco do outono que a vida me deu.
As causas,
desconheço,
e,
pouco me importa!
Não bebo-lhe da língua cansada,
tempo,
se presente,
o sangue frio.
Queixava-me em pranto derretido,
de remoçar o verso
nas têmporas da palavra.
Mas agora,
em troiana caminhada
e o orbe pêndulo da vida,
ah,
tantas vezes melhorei sem saber!
Chingon - Malagueña Salerosa