Noites de Novembro

Há uma melodia na escuridão,

Uma voz arrasta uma música,

Na tristeza dos dias passados,

Noites de novembro choram,

A copiosidade dos incautos,

Como uma pena com naquim,

Desliza sob o papiro marfim,

Escreve os rumos dos perdidos,

Não há mapas ou indicadores,

Os olhos estão vendados,

Tateiam o longo caminho,

É um conto de cegos em si,

Que imaginam enxergar,

Associando miragens e ilusões,

Mas estão presos no entorno,

Nas criações de seus sonhos,

Nos castelos de crenças vãs,

Em noites de novembro,

Fazendo preces para o vento,

Procurando sentir seus passos,

Errantes, errando pela terra,

Rodopiam sem um destino certo,

Um sacrifício de existência,

Cobra o preço da passagem,

Travessia de tolos sob o céu,

Não há estrelas, nem lua,

Noites de novembro,

Noites de novembro,

Noites de novembro...