Mar sem praia
Emergi,
dos mais profundos,
cantos,
do Hades.
Emergi,
naquele mar,
absoluto,
e sem praia.
Era uma forma,
que se mostrava,
na Não- Forma!
Aonde o tempo não tem hora.
Com aquele Sol,
petrificante,
e gritante,
emergi.
Com esforço,
sem adornos,
eu era concha,
pérola eu à vir!
Agora sou Concha,
sou a pérola,
e sou o ouro,
que esta gostando na pérola
Dali,
a auricoroada,
se emerge do mar,
armada, e trajada.
Me oferece Vigor,
ardor,
e cria o solo.
A areia.
Para que a concha,
recém semeada,
transforme- se,
dê e crie a Forma!
Forma agora,
embalada,
num recipiente,
em cobre.
Para transformar,
a matéria prima,
em obra divina,
e ao mundo, contemplar!