Eternidade

Já não finjo que respiro,

a eternidade me espera,

ouço os suspiros roucos

das almas atormentadas,

meu mundo se tornou cinza,

anêmico e sem graça.

Vejo vultos trêmulos,

os quais se movem angustiados,

lembrando-me tudo aquilo

que eu queria esquecer.

Nesta noite solitária,

entrego-me ao inesperado,

procurando escapar

de todo o vazio

das minhas emoções insanas,

enquanto o sangue escorre,

o coração vai enfraquecendo

e a vida se esvai.

Só desejo a eternidade,

porque nada me consola

neste mundo artificial

onde apenas nos arrastamos,

fingindo estar vivos.

Que eu me liberte,

consiga ir embora,

deixando tudo para trás,

voando para a eternidade.