Vestígios no vento
Silêncio, silêncio Maria chorou,
Chora por quem se foi,
Sofre por aquele que partiu.
Parte quem já sorriu,
Fica quem sente saudades.
A dor da saudade remoe no peito,
Remoendo a angústia e a solidão.
Solidão triste que desvanece,
A alma de quem se desfaz ao passado.
A amargura só trás tristeza líquida,
A saudade é um vírus liquefeito,
Adentra o corpo de mansinho,
Instalando-se no peito com carinho.
A dor que trás a saudade é cinza,
Desbotada de vida e fulgor.
Saudade que vem numa lágrima,
Dor que chega sorrateira,
Desejo de encontro que nunca termina.
Assim é a saudade que sente Maria,
Maria de um tal Adalberto,
Homem trabalhador, certo e correto.
Um dia por certo brigaram à céu aberto,
E assim findou um tal amor,
Só saudade, lágrimas e dor a Maria
[ deixou.
Onde ouvi a história? Cantigas que o
[ vento ensinou.