O Gato
O gato miando em meu olhar
Hipnotizado servi ao pecado
Era como soasse o passado
Pálido, esmaecido, regular
Pois para frente não pode voltar
Como uma intervenção frenética
E devorando a carne poética
Do fundo do caos vi sair um vulto
Me afastei, não prestei culto
À essa propriedade lisérgica
Muito mais do que isso a defesa
Preparando o dia após dia
Mas um desenho de gato não mia?
Quando estaticamente acesa
Essa luz não revela a certeza
Nem sua forma na telecinética
Se mistura com pura estética
E um gato passa no velho castelo
Vai e volta devorando o novo elo
Disse o gato de forma sintética