SEREIA DA FOSSA ABISSAL
Ressoa o grito encantador
Demasiado irresistível
Chamado arrebatador
Mesmo no fim inaudível
Quando nada mais se escuta
Parar é quase impossível
Irá ignorar ouro e prata
Conselho de mãe e de pai
Por aquela sereia ingrata
Nadando o sangue se esvai
Pé comido por cação
Na rede dela, ele cai
Enredado por paixão
Incentivado por vozes
Sob os corais há um caixão
Belas sereias, algozes
Com barbatanas que voam
Saltam com garras vorazes
Canções bonitas que ecoam
Sensação mais que perfeita
Mas no fim elas destoam
Atração fatal de seita
Dente de narval empunhado
Pois seu caldeirão já azeita
No fim será desossado
Na profundeza abissal
Num minuto digerido
Beldade paradoxal
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