Ventos à deriva
Quase como um sussurrar,
Ouço no silêncio desses ventos
A marca dessa conexão
Que, flutuante, navega frágil
Nas ondas do vazio que
Me abriga no abraço de meus
Mais suaves amores.
Quebrando os ventos, à deriva,
Me vejo singrando a sombria maré
Rumo aos olhos outrora cegos
Que agora me acolhem, em vigília,
Me aliviando as tormentas
Que me corrompiam a alma,
Restituindo assim a sanidade
Que me acaricia a vida.
Não mais doridos, os momentos
Que me adornam as noites,
Cavalgo sobre as angústias de outrora
Saboreando a alegria que alumia
Meus passos nessa escuridão que
Tão fraternalmente me abraça.