PEQUENO SÍTIO
Observo, absorto,
Cada movimento em minha pacata rua.
Ela é a rua que pedi para Deus.
Ela é a rua número quarenta e seis.
Ela reflete o olhar dos olhos teus
E deixa-me cheio de embriaguez.
De vez em quando seu silêncio é quebrado.
Alguns vizinhos fazem algazarras,
Mas não existe o bom sem defeito.
Vou acostumando-me meio sem jeito
A entender o “mundo” dos outros,
Pois o meu eu já sei de cor:
É um mundo bucólico cheio de águas cristalinas
E matas verdes para eu adentrar nelas.
Ah! Meu mundo ainda está meio distante.
Ele seria uma pequena propriedade
Onde eu poderia reflorestar
E fazer um pequeno bosque cheio de plantas
E flores de muitas espécies.
Já lutei muito em minha vida.
Já dei muitos murros em ponta de faca.
Busquei a estrada mais bela do céu,
Mas ainda continuo sonhando
Com um pequeno sítio
Onde eu possa viver sossegado de fato
E escrever meus livros.
Tangará da Serra - MT, 2001.