Sou carma
Não há, maldito universo,
crueldade que possa fazer-me
que eu já não me tenha feito.
Sou cruel, sou desse jeito,
Vivo sempre contra mim.
Minha autoestima? Nem existe.
E quando eu fico triste
digo que sou eu o culpado,
gosto de me ver magoado
sem consistência como cola de post-it.
Nem venha, universo,
o meu sucesso querer tirar.
Eu desisti antes do fracasso,
só para no fracasso estar.
Hoje sou um fracassado
por nem mesmo querer tentar.
Já desisti até do que eu nem comecei.
A vida, eu nunca quis,
com ela já mais me empolguei.
Não venha, então, universo...
Por meio dos meus versos
já percebes que nunca me importei.