Lugar ao Sol
E se o meu lugar ao sol for quando ele já tiver se posto?
Ele ainda está lá, só não o vemos, tão pouco o sentimos... mas está, dando lugar ao esplendoroso resplandecer da lua em meio a imensidão da noite.
Sol, ou lua? Calor, ou frio? Por que temos que escolher? Por que temos que estar, ou ser? Por que temos que a algum lugar, pertencer?
Não, eu não preciso ser, menos ainda, ter. Mas eu preciso, eu preciso pertencer.
Eu preciso encontrar o meu lugar no mundo, um mundo que não me atrai, ao qual não me adapto, mas preciso...
Precisar, uma das piores coisas já inventadas. A necessidade de algo nos torna vulneráveis, e vulnerabilidade nos deixa expostos.
Exposta, me sinto, e estou. Como uma pequena porém dolorida ferida que tenta cicatrizar, mas volte meia alguém tira a casquinha e volta a sangrar...
Talvez o meu lugar de pertencimento seja em meio às sombras, talvez eu não vibre em direção a luz.
Talvez eu seja a luz que tudo ilumina, ou o breu onde nada se vê.