ÁRVORE
A árvore solitária e resistente
No terreno sujo em plena urbe
Absorve meus soluços doridos
Minha companhia na escuridão.
Lágrimas que te regam na noite
São como oferendas que deixo
Ao pé do tronco para seu nutrir
Não me importo se me consome
Sou homem com tempo vencido.
Você é única e é a imensa floresta
Que me deixa preso em sombras
Eu absorvo o seu pesar e solidão
Enquanto estou me decompondo.
Tantos insetos em ti fazem morada
No meu corpo vermes se apressam
A minha brevidade me levará logo
E você ficará à espera de uma serra.
Esta noite te abraço em despedida
Quero ter todo súber da sua veste
Ficará contigo todo o rancor e ódio
Que arrebenta meus olhos feridos.