SEDE DE SANGUE
Para o mundo estou morto
Mas ainda pulso no coração
De quem acolhe o meu espírito
De quem absorve o meu grito.
No corpo que não é mais meu
O que eu tinha foi decomposto
Não se reflete mais meu rosto
Mas minha presença é temida.
Garotos curiosos me evocam
Eu virei uma lenda urbana
Um escarro na falsa pureza
Em uma sociedade purulenta.
E se me aposso de uma mente
O menino humilhado se levanta
E sacia a minha sede de sangue
Perfurando os seus zombadores.
Garotas solitárias clamam por mim
Querem meus carinhos revigorantes
A minha presença que não é física
Dá às mulheres o prazer profundo.
Eu me nutro do ódio e da vingança
Escrevo um conto macabro na noite
Confortando os seres desesperados
Rasgando a pele que cobre o orgulho.