VERMES EM MINHA CABEÇA

Ser humano?!

Inteligencia celestial?

Demônio mundano?

Ou ser irracional?

A mente é chave

Abre a grande porta

Abri-la é erro grave

Imaginar o que há é o que conforta

Uma vez a porta aberta

Jamais poderá ser fechada

Adentrar pode não ser a escolha certa

Melhor viver de fachada

Do que ter a porta escancarada

Não abra a porta da percepção

Não trilhe o caminho do conhecimento

Além da porta não há salvação

E seus caminhos são labirintos de cimento

Monstros nas sombras

Buracos profundos

Quanto a almejada paz?

Se vai em segundos.

Como voltar?

Se desconheço onde estou

No labirinto fadado a vagar

É o que me restou

Labirinto de corredor estreito

De grande muralha espessa

Leva ao caminho suspeito

Expondo os vermes em minha cabeça

Dedos longos garras pontudas

Me tocam trasmitindo insegurança

No solo pedras pontiagudas

Me ferem com o medo que não se cansa

Sigo mais rápido

Ficando diante de uma lagoa ácida

Água espumante e tóxica

Em forma de risada sarcástica

Não há escolha

A não ser entrar

Na água tóxica que irá me talhar

Melhor que viver a vagar

Emergindo da tóxica lagoa

Me sinto um novo homem

Jamais serei a mesma pessoa

Vermes agora me consumem

Labirinto de corredor estreito

De grande muralha espessa

Leva ao caminho suspeito

Expondo os vermes em minha cabeça

Agora não existe mais temor

A água tóxica me contaminou

Sou o próprio terror

Tenho em mim tudo que me degenerou

No fim desta longa trilha

Após milhas e milhas

Só existe um portão

Longo e alto com o fim além da visão

Existe uma guilhotina

A cada metro de sua extensão

Uma lâmina que não se finda

Será esse meu fim?

Putrificado e preso em minha mente?

Não é o destino que sonhei para mim

Morrer aprisionado a uma corrente

Atrás de grades, sujeito a navalha

Na tempestade da muralha

Gotas de ácido queimam minha carne

Revelando todo meu interior

Chuva destrutiva que já não arde

Ossos e órgãos a se decompor

Labirinto de corredor estreito

De grande muralha espessa

Leva ao caminho suspeito

Expondo os vermes em minha cabeça

E agora o que sou?

Uma poça tóxica é o que de mim restou

Agora entendo

Agora compreendo

Sou forte agora

Tenho a forma

Que me levará para fora

Destruído e renascido

O que está acabado

Não pode ser aniquilado

O verme não deve viver no chão

Embora não pareça

O verme não se deixa levar pelo coração

Deve cruzar a muralha espessa

E viver para sempre em minha cabeça.

Dr Brown
Enviado por Dr Brown em 23/05/2023
Código do texto: T7795604
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