Écloga da Escuridão: O Amor em Sombras Distanciadas
Nas sombras frias da minha solidão,
Paira a lembrança de um amor que se foi.
Um véu noturno cobre meu coração,
Num abismo onde a escuridão me envolve.
A lua pálida espreita na penumbra,
Testemunha silente do desvanecer.
Como um lamento sombrio e sem rumo,
Ecoa o eco daquilo que não posso ter.
Em meu peito, o amor outrora ardente,
Agora vagueia, fantasma entorpecido.
Um cemitério de emoções esquecidas,
Onde cada suspiro é um verso perdido.
As rosas murcharam, enegreceram-se as flores,
Petrificadas pela ausência do toque teu.
Minha alma chora em eterna melancolia,
Enquanto meu ser definha, à míngua do teu.
O tempo e o espaço nos separam agora,
Abismo profundo entre mim e ti.
Estranhos somos, como folhas ao vento,
Em dança triste, desprovida de sutil harmonia.
Ouço o corvo sussurrar em meu ouvido,
Presságio mórbido de um amor que se apaga.
Desespero abraça minh'alma despedaçada,
Enquanto a noite eterna sobre nós se alastra.
Meus lábios pálidos, sussurram teu nome,
Numa prece sombria ao abismo do destino.
O passado se tornou gótica memória,
E a esperança morreu, no eterno desatino.
A morte do amor, uma triste elegia,
Em versos escuros, o lamento ecoa.
Nos abismos da alma, o vazio me consome,
Enquanto a escuridão eterna me abarrota.
Oh, amor distante, minha eterna agonia,
Que pereceste na névoa do esquecimento.
Sob a luz lúgubre da lua gélida,
Eu carrego em mim, teu amor desventuroso.
Assim sigo, pálido e sombrio,
Na penumbra do amor desvanecido.
Entre suspiros e lágrimas sem fim,
Buscando a redenção, nesse amor falecido.