ANJO NEGRO
ANJO NEGRO
Deita-te oh, alma!
Sobre a cama do céu e descansa a sua singela ternura.
Quanto a mim não se preocupas
Sei que andamos até aqui, de mãos dadas
Por mim, não quero que sofra!
Ainda que eu exprima a dor,
Ou, grite por socorro perdida na encruzilhada
Rogo a Deus que não a desampare.
Siga em paz, e os anjos na sua reta guarda.
Quanto a mim, sou assim!
Retalhos mal costurado
Sou meia bondade, a outra parte maldade.
Por isso te peço, aparta-se de mim!
Leve, o seu cálice doce!
Ele tem o sabor das nuvens e o cheiro das flores, dourada!
E eu, sou do mundo tenebroso
a carregar o fel, e a amargura das ruas
Sou a infelicidade na caminhada
O pecado na carne impregnado.
Sou ressequida dentro afora
e Incapaz de amar
Sou os resquícios da vida assolada.
Não consigo mais dar a minha face
a ser, tapeada
cansei de perdoar a ingratidão a ferir-me.
Anjos querubins, dizem
que somos gêmea, a andar por aí de mãos dadas, e no dia do julgamento, por meus erros, será tu penalizada
Afaste-se, de mim não faz parte
Tu carrega o céu, descanse! A sua candura
Eu sou uma parte de tudo
O anjo negro a vagar na escuridão
Que não há cura, nem salvação.
Lei 9.610/98
Autora(Mara Regina Ferreira)
(©️Causa e efeito)
Poesia: Anjo Negro
Hás: 19:32
Sex.: 17 02 2023
País Brasil RJ