A PAZ MAIS DENSA

Não quero saber mais do mundo

Não mudo mais de pensamento

Vivo cada momento como último

E caminho em direção ao túmulo.

Eu amo como quem quer se perder

Ao ser feminino eterno se prender

Nunca ser mais alguma novidade

E pairar sobre telhados da cidade.

Não quero saber mais do momento

Quero um pensamento vazio e leve

Que em nada me pese na consciência

Que não será explicado pela ciência.

Odeio como quem escreve poemas

Tenebrosos nas noites mais escuras

E nunca ser o brilho mais esperado

Eu me ilho como em bairro alagado.

E deixo tudo quieto se vou embora

Não me preocupo com tempo, hora

Sou dissolvido em uma doce crença

De que a morte é a paz mais densa.

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 29/12/2022
Código do texto: T7682498
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