A PAZ MAIS DENSA
Não quero saber mais do mundo
Não mudo mais de pensamento
Vivo cada momento como último
E caminho em direção ao túmulo.
Eu amo como quem quer se perder
Ao ser feminino eterno se prender
Nunca ser mais alguma novidade
E pairar sobre telhados da cidade.
Não quero saber mais do momento
Quero um pensamento vazio e leve
Que em nada me pese na consciência
Que não será explicado pela ciência.
Odeio como quem escreve poemas
Tenebrosos nas noites mais escuras
E nunca ser o brilho mais esperado
Eu me ilho como em bairro alagado.
E deixo tudo quieto se vou embora
Não me preocupo com tempo, hora
Sou dissolvido em uma doce crença
De que a morte é a paz mais densa.