Sob estranhos olhares

Numa noite de inverno

de frio, fortes ventos

e, realmente muita chuva,

já tinha realmente jantado

e a máquina de lavar louças

mesmo sendo silenciosa

fazia-me escutar os seus distintos ciclos

como se tivesse competindo

com a chuva e os fortes ventos

nessa noite cujo inverno

mostrava-me não ter lamentos.

Mas, mesmo assim estava

no meu preferido lugar

perto da lareira na minha escrivaninha

e, entre goles desse delicioso café

via as também silenciosas labaredas

vindas da lenha que queimava

e, quando animado narrava

mais uma excitante prosa poética

vi repentinamente em minha volta

apesar de distantes,

estranhos olhos me olharndo

e, literalmente sem piscarem

e, quando realmente vos encarei

como mentalmente orei

ao mesmo tempo desapareceram

deixando no ar um fétido cheiro

misturado com enxofre de verdade,

claramente com isso mostrando

serem seres malígnos na realidade.

A razão que me olhavam

realmente até hoje não sei,

mas francamente nunca me esqueci

daqueles estranhos olhos

que atentamente me olhavam.

Silvio Parise
Enviado por Silvio Parise em 09/12/2022
Código do texto: T7668340
Classificação de conteúdo: seguro