HÉRCULES E TROIA 5/6

HÉRCULES E TRÓIA V – 27 fev 22

Lançando a âncora junto à praia troiana,

deixou Óikles encarregado de guardar

os seus navios, enquanto ele partia

com os demais contra a cidade soberana.

Sem ter tempo de suas tropas convocar,

Laomedonte seus cidadãos reunia,

deu-lhes espadas, escudos e torchais

e os enviou à praia, mesmo sem terem generais.

A intenção era queimar a frota atacante,

porém Óikles resistiu heroicamente,

as naus ergueram âncora e partiram,

longe do alcance de tal horda ululante,

mas na defesa morreu Óikles bravamente;

então emissários até Hércules seguiram

e com metade de sua força ele desceu

e a maioria dos atacantes pereceu.

Mas seus aliados não puderam resistir

e Laomedonte pôde fechar os seus portões

e teve tempo de enviar seus mensageiros

para suas tropas e o exército reunir;

mas antes que chegassem batalhões,

Hércules seus homens enviou ligeiros

ao assalto das muralhas poderosas,

que já tombavam em quedas fragorosas.

Ora, o muro ocidental fora construído

não pelos deuses, mas por Éakos, o pai

de Telamon, que os pontos fracos conhecia

e tão logo foi o muro derruído,

Telamon entrou primeiro, mas após ele vai

o irado Héracles, que o ciúme conduzia.

Telamon percebeu sua má intenção,

sem nem pensar em resistir-lhe na ocasião.

Mas ajoelhou-se e começou pedras a reunir,

enquanto as tropas o assalto continuavam.

Confuso, Hércules indagou-lhe o que fazia

e a pressão do momento levou-o a mentir:

“Ergo altar a Hércules, que venceu os que o enfrentavam!”

“Mas, e o combate?” – logo Hércules dizia.

“Primeiro o altar com as pedras da muralha,

parta você a comandar toda a batalha!...”

HÉRCULES E TRÓIA VI – 28 fev 22

Foi desse modo que Hércules matou

a Laomedonte e seus filhos a seguir,

salvo Podarkas, por recordar-se bem

que a entrega dos cavalos só ele aconselhou,

porém sua posse não pôde conseguir,

que alçaram voo sobre o mar além.

Foi a cidade totalmente destruída

e os sobreviventes escravizados pela vida.

Mas quanto a Hesíone, não a queria mais

e deu-a a Telamon para ser sua concubina,

a poligamia sendo então bem natural.

Hesíone lhe pediu, como dotes naturais

que a um prisioneiro livrasse dessa sina;

concordou Hércules que não faria mal

e ela escolheu o irmão Podarkas justamente,

dando seu véu como paga incontinenti.

Hércules se surpreendeu com sua atitude

e decidiu o nome de Podarkas então trocar

para o de Príamos, que significa “resgatado”

e a seguir lhe atribuiu tarefa rude,

que a cidade em ruínas fosse restaurar,

sendo em lugar de seu pai entronizado.

Foi esse Príamos queTróia defendeu

por mais dez anos, quando o cerco aconteceu.

Mas esta é história conhecida por demais,

milênios depois, Schliemann a encontrou,

sete cidades no local desenterrou

e ao achar tesouro, por motivos naturais,

julgou fosse o de Príamos, porém se enganou,

talvez de Laomedonte foi o que se encontrou.

Quanto a Hesíone, com Telamon partiu

e para Salamina, seu reino, ela o seguiu.

Um filho, Teukros, teve ela do rei,

mas como concubina e não rainha

e eventualmente, ela fugiu da ilha

e em Mileto foi encontrada pela grei,

escondida num bosque e a graça que ainda tinha

levou o Rei Árion a desposá-la e este perfilha

um segundo filho de Telamon, que ela trazia,

chamado Trâmbelos, que como rei o sucederia.