Moralmente morto

Cortei meus desejos pulando da janela.

Pingo as lúgubres gotas de uma paixão,

infelizmente afoguei meu amor nela,

e detive quedas por quedas com meu sermão.

Fitaram meu cadavérico moralismo,

enterrado em uma estupidez antiquada,

deram-me o meu velório merecido

soterrando a faca e laminando a alma fraca.

Hoje sou cinzas, um dia fui lilás,

fugi de um mundo cruel e soturno

para uma zona livre de capataz,

ocupada agora pelo meu luto.    

 

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 26/10/2022
Código do texto: T7636577
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