Asas Negras

Em meu sonho,

de moribundo,

contemplei,

a noite estrelada.

Encoberto por água do mar,

pura e salgada,

o som das conchas,

ecoavam na madrugada.

O eco batia,

não havia vida.

Ou havia,

e era muita.

Não sabia se dormia,

ou se acordava.

Ou se estava acordado,

dormindo.

O sapo no pântano,

arenoso,

pulava astuto,

e robusto.

O caranguejo,

com suas garras rasgava,

ao local,

do portal das almas.

Ia do alvorecer,

e contemplava a alvorada,

os Oneiroi me aguardavam,

Hermes comigo falava.

O sonho se misturou a realidade,

a realidade ao sono,

não sou mais vivente,

sou uma contemplação.

Dragomir
Enviado por Dragomir em 16/10/2022
Código do texto: T7628731
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