Asas Negras
Em meu sonho,
de moribundo,
contemplei,
a noite estrelada.
Encoberto por água do mar,
pura e salgada,
o som das conchas,
ecoavam na madrugada.
O eco batia,
não havia vida.
Ou havia,
e era muita.
Não sabia se dormia,
ou se acordava.
Ou se estava acordado,
dormindo.
O sapo no pântano,
arenoso,
pulava astuto,
e robusto.
O caranguejo,
com suas garras rasgava,
ao local,
do portal das almas.
Ia do alvorecer,
e contemplava a alvorada,
os Oneiroi me aguardavam,
Hermes comigo falava.
O sonho se misturou a realidade,
a realidade ao sono,
não sou mais vivente,
sou uma contemplação.