Por muito tempo
Por muito tempo eu fingi
Que a dor não me atingia.
Andei através do vale escuro
Escondendo minha emoção demente,
Reprimindo todo meu desejo
De praguejar e gritar
Contra o flagelo da solidão.
Quando não aguentei mais,
Berrei desesperadamente,
Falando sobre minha dor,
Mas apenas as almas perdidas
Entendiam meu lamento.
E os corvos me cercavam,
Impiedosos e insensíveis,
Entoando seu canto lúgubre.
Cansei de tanto andar,
Sentindo meus pés feridos,
Resolvi me sentar
Para poder esperar
A dor se acalmar,
Pois sei que haverá um dia
Em que tudo cessará,
E nenhuma dor
Conseguirá me ferir.